Autoria: José Paes Landim
Ontem, frente à tragédia no
mar, Castro Alves, em seu poema O NAVIO NEGREIRO, assim proclamou sua revolta:
“Dizei-me voz, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade tanto horror perante
os Céus...”.
Hoje,
não seria demais perguntar, também, ao Senhor se é verdade... ou se é delírio o
que se passa em nosso país em termos de aniquilamento dos valores, com tamanho
desprezo à ética, à Constituição e ao que mais enobrece.
Quão bom se a inversão dos valores se limitasse a fatos de somenos
importância na vida nacional, mas, longe disso, é um mal que já se inoculou em
nossa cultura, esgarçando o tecido moral do país, sem que dele escapem os três
poderes da República.
Se vivo fosse, vivendo conosco a atual crise
moral, não sei qual seria a redação que Ruy Barbosa daria, hoje, à sua Oração
aos Moços, ele que fora, pelo exemplo e pelo ideal, um paladino da moralidade.
Poder-se-iam imaginar suas lições de ética aos moços,
porém, mais enfaticamente, ele as daria aos homens públicos e aos profissionais
do direito, aconselhando-os a colocar, em suas mesas de trabalho, seus juramentos
de formatura, para que lhes servissem de norte em suas decisões.
Outra seria nossa linguagem se,
ao invés de improbidades, de quebra de decoro e de outros atentados ao pudor, estivéssemos
falando de um novo Brasil, alçado ao desenvolvimento através de um programa
nacional de educação, como um dos pilares básicos para preferido desenvolvimento, de um sistema
eficiente de saúde pública, reforçados pelos
princípios da moralidade.
Como
inveterado otimista, creio que nem tudo está perdido, posto que, sendo o Brasil
maior do que seus problemas, resta-nos a esperança de ver nossa indignação substituída
por uma consciência política não só do eleitor, na escolha de candidatos que pensem
no Brasil, dignificando seus mandatos, quanto dos demais segmentos da sociedade
na defesa de nossa soberania, fazendo digna de orgulho a história do país.
...adoro ler o que escreve, há uns meses atrás terminei de ler o livro que presenteou ao meu esposo Francisco Ângelo ( Chiquito ) , " Fragmentos do Tempo" , maravilhoso, como tudo que já li. Como fora escrito por José Felício: " Não se trata,portanto de uma visão saudosista do passado remoto ou mais próximo, mas de um corte temporal que marcou época e jamais se apagará na memória do seu povo e de sua terra Natal."
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