"O objeto principal da política é criar a amizade entre membros da cidade."
José Paes Landim
Numa de suas máximas, ao construir Templos de Sabedoria para a posteridade, Sócrates, o grande filósofo ateniense, nos diz, com tamanha propriedade, que “as pessoas sábias falam sobre ideias”, cristalina verdade que não deveria se ausentar das discussões políticas, em meio das quais nunca deixam de se envolver convicções e posições político-ideológicas.
O pensar de cada um é tão livre quanto o são as convicções político-ideológicas, cujas manifestações a respeito não deixam de se traduzir numa das mais festejadas faculdades da democracia, que nos contempla com a liberdade de pensamento e de expressão, quando exercida com respeito mútuo e fiel observância à ética.
Há de se lamentar, com tristeza, quão danosa tem sido a inobservância desses princípios elementares, para um convívio fraterno, sobretudo – vale ressaltá-lo – quando tal despreparo descamba para a intolerância, eivada de ódio, tão evidente no dia-a-dia da política nacional, chegando, lamentavelmente, às pequenas cidades do interior, que, na união de ontem entre as famílias, marcada pelo espírito de solidariedade, se destacava a beleza daquele convívio amigo. Hoje, vemos quantas daquelas amizades de ontem, foram destruídas politicamente pela incompreensão e intolerância!
Não há como levar para o esquecimento aquele convívio amigo, ou melhor, aquela civilização interiorana de ontem, social e familiarmente falando-se, que me ensinou que, dentre os valores que enriquecem a vida, estão as grandes amizades.
É sobre a quebra de amizades, que desejo aqui me deter um pouco mais, para lembrar e pedir aos menos avisados que não permitam que esse bem maior seja afetado ou destruído por divergências de pontos de vista políticos, essencialmente no seio familiar, posto que, vale reforçar, que nas amizades, temos um patrimônio inalienável, dos mais enriquecedores de nossa vida.
Tem Sócrates toda razão em nos dizer que “pessoas sábias falam sobre ideias”, já que estas são construtivas, revigoram o saber, enriquecem as discussões, promovem o desenvolvimento do País, abrem caminho ao fortalecimento do diálogo, esse admirável instrumento, que, utilizado com os espíritos desarmados, opera milagres, dirimindo dúvidas, dando solução aos problemas aparentemente irreconciliáveis e estabelecendo a paz.
Que não apenas as pratiquemos, mas divulguemos as ideias ligadas ao saber, à cultura e à ciência, pois que nestas, temos a linguagem universal, capaz de mudar o homem de maneira consciente, além de fomentar a compreensão na busca do entendimento, sem ódio e sem fanatismo, do que se faz tão carente nosso País, para que ele possa pavimentar o caminho do seu desenvolvimento, na forma do nosso desejo e de nossas preocupações.
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