Por: Cristiano Guedes
As reservas hídricas riopretenses  sofreram um terremoto, sem que o abalo sísmico fosse percebido.
Vivencia-se, hoje, o momento mais crítico da degradação da bacia hidrográfica no vale do Rio Preto. Uma valsa fúnebre ao som de tango argentino, marcado pelo triste enredo entre o "IMPORTANTE E FANTASIOSO AGRONEGOCIO" e o "RIO PRETO E SEUS AFLUENTES".
O inglês Thomas Malthus, em uma de suas polêmicas opiniões acerca da  capacidade de produção de alimentos: esta última cresce de forma aritmética, enquanto o crescimento populacional cresce de forma alarmante. Ele propôs uma política de controle de natalidade para que houvesse um equilíbrio entre produção de alimentos e população. Nestas circunstâncias, Malthus diria que a nossa problemática seria a vitória e confirmação da sua tese em um contra golpe aos adventos da tecnologia, que superaram os seus livros e as suas questionadas teses. 
Essa constante entre produzir alimentos e manter os recursos naturais, porém, em tempos onde as ciências tecnológicas nos possibilita soluções palpáveis claras e viáveis, precisamos implantar em todas as atividades, o conceito de meio ambiente sustentável.  Efetuar, com urgência, um casamento entre o  agronegócio e a hidrologia, a fim de  reverter a atual situação  desse maldito divórcio, hoje vivenciado, onde o agronegócio, necessário à produção de alimentos para sustentar as contas do nosso município e suas mais distintas secretarias, desde saúde, educação, entre outras, o qual está a secar o rio Preto, fonte premente para matar a sede e para manutenção da vida no município de Formosa do Rio Preto e todo ser vivente que o margeia desde as fraldas do Espigão Mestre até o seu desemboque na serra do Boqueirão, no município de Mansidão.
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| Toda a planície do cerrado foi desmatada As planícies do cerrado do MATOPIBA e o seu solo particulado. | 
As raízes profundas das árvores deste bioma, são importantíssimas para a continuidade do ciclo da água, por armazenar no subsolo do Brasil Central milhões de litros cúbicos de água anualmente em locais onde a flora continua preservada, fato que presenciamos no Gerais do Rio Preto e que, por consequência das atividades agrícolas implantadas de forma inconsciente, está desarticulado. Nossas atividades agrícolas cortaram, interromperam o ciclo da água e a nossa caixa d'água já está perdendo volume há mais de 30 anos, declinando-se drasticamente nos últimos 5 anos, sem que seja reposta, pois o desmatamento impossibilita a absorção de água pelo solo por mais que os  índices de chuva sejam satisfatórios.
Conclui-se, através de resultado e análises em toda a  bacia hidrográfica, somando os avanços do desmatamento nestas áreas do planalto do Gerais do Rio Preto, que em um total de 20 anos os  cursos de água estarão com 80% de sua capacidade de fornecimento comprometidos, o que significa que municípios como Formosa do Rio Preto e Santa Rita de Cássia terão o seu fornecimento de água muito abaixo do suficiente, além do grande prejuízo a todo o Nordeste e ao país, o que refletirá no sistema internacional pois a produção de alimentos do município mata a fome de centros europeus e asiáticos.
Os estudos realizados acerca da fauna e da flora concluíram que várias espécies de plantas já foram extintas no cerrado e na caatinga, biomas que compõe as extensões territoriais e, principalmente, animais da fauna local.
Enfim, para solução da problemática, urge implantar o projeto agronegócio sustentável, levando em primeira instância o diálogo com os produtores, com um discurso alicerçado na manutenção dessa produção e de seus lucros ao longo do tempo, além de um trabalho de acompanhamento e incentivos fiscais por parte dos órgão municipais, estaduais e federais aos latifundiários que se estruturarem dentro do projeto de reestruturação do cerrado, elaborado por nossos gestores ambientais, situação, cuja administração, na atualidade, é de cunho estritamente particular.
A implantação desse sistema restabelecerá o ciclo da água e manterá a produção de alimentos com agricultura integrada e sustentável.
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| Linda passagem de água no Riachão do Ouro, um dos afluentes do Rio Preto afetado pelas atividades antrópicas no planalto do Gerais. | 
 





 
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