Por: José Paes Landim
Há de se imaginar o choque na consciência ética da nação diante do quadro de deterioração moral com que estamos convivendo, por conta da falta de decoro em quem deveria utilizar a linguagem do exemplo na defesa dos valores que dignificam a vida das pessoas e das instituições.
Referimo-nos mais especificamente aos homens públicos, aqueles que, resguardadas as honrosas exceções, compõem os três poderes da República, sobre cujos ombros, pesa maior responsabilidade.
Como se não bastassem improbidades outras, eis que nos chegam vídeos, mostrando-nos certo deputado federal, carregando uma mala com R$500 mil de propina, ex-ministro guardando mais de R$51 milhões em apartamento, senador em exercício e ex-candidato à presidência da República, justificando que os R$2 milhões de propina, vieram de um empréstimo para pagar advogado.
Tão deprimente quadro se reforça com o encaminhamento ao Supremo Tribunal Federal, pela Procuradoria Geral da República, do pedido de prisão, por corrupção, do senador em destaque, junto a outro pedido à mesma Corte Suprema, para investigar o presidente da República por suspeição de crime de corrupção passiva.
É a crise moral que estamos vivendo, bem mais danosa do que as de ordem econômica, social, política etc., a esgarçar o tecido cultural da nação, travando-lhe impiedosamente o desenvolvimento.
Tal quadro se completa com reveses não só na vida econômica e social, quanto nas instituições e demais segmentos relevantes na vida nacional, ferindo por vezes de morte a própria Constituição Federal, além de ceifar quantos sonhos por um novo Brasil.
Não foi sem razão que Luther King cunhou a máxima: “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”. Silêncio que esperamos seja quebrado pelas reservas morais que ainda nos restam, assumindo as rédeas do poder, como imperativo, para tirar o país do atoleiro em que se encontra.
Salvando-os dessas agruras, com a renovação, via novas eleições, do congresso nacional e demais quadros do poder, voltados para os interesses maiores do país, aí, sim, poder-se-ão promover as reformas necessárias, como, dentre outras, a da previdência social, sem ônus ou qualquer outro sacrifício para os trabalhadores.
Nossa soberania, moldada em programas de governo que privilegiem uma educação pública de qualidade, com foco não só na ética, mas, também, na solução dos problemas econômico-sociais, é tudo quanto desejamos, inclusive para que o Brasil possa encontrar o caminho do seu desenvolvimento.
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