29/01/2017

EDITORIAL

Explosões de cofre e "cash" eletrônico de estabelecimentos bancários, tanto públicos quanto privados, ou de qualquer outros onde é movimentado um bom dinheiro, hoje em dia, deixou de ser notícia, em cidades do interior do Estado, assim como foi-se o tempo das "Saidinhas de Banco" ou do "Conto do Vigário".
O que ainda é possível acontecer se tudo isso passou a ser corriqueiro, antes, apenas nas grandes cidades?  Se no interior, o contingente policial é pequeno e quase nada consegue fazer para encetar uma perseguição aos bandidos?
É só chegar, preparar a banana de dinamite e depois recolher o produto da ousadia que, a cada dia aumenta em matéria de escala e alcance. Normalmente, cada assalto desse rende milhares e milhares de reais, numa operação que não demora nem cinco minutos. Depois, é só fugir da cidade, de carro, dando tiro pra todo lado, assim como na chegada.
Em Bom Jesus da Lapa, dia 22/01 passado, quando uma quadrilha de média de 20 componentes invadiu a cidade e, como de costume, sitiando e aterrorizando a população da maneira que já se sabe qual, houve reação por parte da polícia local. Até aí, inédito pois, raramente, isso acontece, principalmente, quando o delito é em uma cidade do porte de Bom Jesus da Lapa com cerca de 65.000 habitantes e efetivo policial desproporcional. Entretanto, apesar de não terem se saído bem, os assaltantes levaram dois policiais como reféns, os quais foram assassinados logo adiante.
O certo é que, a partir do ocorrido, a luz vermelha acendeu para a Secretaria de Segurança Pública do estado da Bahia, provocando reação imediata, pelo menos, com relação à desarticulação dessa quadrilha, especificamente, deflagrando a "Operação Lapa", com resultados positivos, até agora.
È óbvio que, ao serem questionados sobre quais procedimentos estabelecer para o combate à violência, os responsáveis sempre respondem, tecnicamente, dentro do que lhes é possível observar, a partir de suas visões periféricas sobre o assunto: "É uma  onda que vem acontecendo em todo o país, mas vamos dar um basta nisso". Sabe-se que não é apenas isso, mas não temos capacidade para estar em vigília no observatório social do país, a fim de fazer uma computação precisa, a não ser quando acontecem acidentes. Opina-se, portanto, que deixe acontecer a fratura exposta, ignorando toda e qualquer prevenção contra acidente, para que o Brasil passe por um amadurecimento que, certamente, terá consequências benéficas.
A dificuldade em fazer uma avaliação objetiva para tanta desordem é imensa por nunca se estar ao alcance do conhecimento dos fatos e das decisões tomadas. Toda história tem três versões, cuja verdadeira, poucas vezes, coincide com uma das outras duas, aumentando ainda mais essa dificuldade.
A sensação é de que está todo mundo perdido em meio ao "caos" que vem se estabelecendo pela deterioração em todos os níveis sociais, desde agentes públicos, empresários, políticos, etc., incluindo o homem comum que, muitas vezes, se deixa corromper para atender às suas necessidades.
Enfim, o futuro da nossa "casa comum" depende do cuidado de todos: tanto para o bem quanto para o mal, mas como agir, individualmente? Deixar quebrar, depois emendar pra ver no que vai dar. Pelo poder de calcificação e estado nutricional do paciente, é provável que tudo dê certo.
CORRUPÇÃO: PRIMA-IRMÃ DA VIOLÊNCIA.
 LLélis

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