O anúncio da autorização, pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para a abertura do processo de impeachment protocolado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Pachoal gerou nas redes sociais uma série de manifestações contra e a favor, como não poderia deixar de ser.
Se manifestações a favor e contra são naturalmente esperadas, o que despertou estranheza foi o prenúncio de violência de uma das partes contendoras, especialmente a defensora do mandato da presidente Dilma Rousseff.
“Querem guerra, vamos para a guerra”; “vamos para a luta”; vamos para o confronto”, frases de efeito como estas foram difundidas, espalhadas nas redes sociais na tarde e noite de ontem.
A metáfora vale, mas não deixa de ser sintoma de intolerância quando não especifica, não esclarece quais são as armas, e oportuniza a leitura, nas entrelinhas, de que a guerra que propalam será o confronto físico, nas ruas, com os situados no lado oposto, ou seja, os defensores da cassação do mandato da presidente da República.
É natural que os lados envolvidos na disputa defendam seus pontos de vista, seus interesses, com energia suficiente para convencer os indecisos da validade de suas posições.
Pode-se fazer a leitura de que alguns desses gladiadores do verbo querem mesmo a luta corporal, o confronto entre indivíduos e grupos, a guerra civil.
Para eles, não basta a batalha verbal, jurídica, política; o debate no parlamento e na justiça. Para eles, o que importa é a manutenção dos seus interesses pessoais, grupais, ideológicos, financeiros, empresariais.
A nação? A nação que se lixe! A nação? A nação que resvale na lama da ignorância, da intolerância e do sangue. Para os mesquinhos, gananciosos, indecorosos, que a nação se inunde no mar de amarguras e dos sonhos destruídos.
Digamos em alto e bom som: sanguessugas do povo, olhai bem para o interior das vossas casas e vede que lá também há pessoas humanas que sofrerão com a violência que vós propagais.
Esta é a ideia, cidadãos brasileiros!
Domingos Bezerra Filho
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