Quando uma coluna formada por um exército de 200 mil
formigas-de-correição encontra o que imagina ser um impecílio ou um buraco em
seu caminho, algumas voluntárias se oferecem para servir de "ponte" para que
suas companheiras possam passar por cima delas até que o trabalho do dia esteja
completo, segundo um novo estudo. Caso as formigas responsáveis para tapar o
buraco sejam muito pequenas, outras continuarão tapando até que uma combinação
perfeita entre os insetos e o comprimento do buraco seja encontrada.
O estudo mostra que a "rara e quantitativa evidência
que extrema especialização" entre algumas formigas pode melhorar a
performance da maioria, concluíram Scott Powell e Nigel Franks, biólogos na
Universidade de Bristol, no Reino Unido. Os pesquisadores observaram o
comportamento da espécie Eciton burchellii - mais conhecida como
formiga-de-correição - no Panamá e, então, criaram uma série de caminhos
artificiais, cheios de buracos, para ver como os insetos se adaptariam.
Eles também mediram ganhos em produtividade, concluindo que
o comportamento submisso das formigas "resulta em um ganho evidente na
busca diária por alimento para a colônia." Se 7,5 mil formigas operárias
em um caminho "típico" - uma coluna que pode ter vários metros de
comprimento - se oferecerem para tapar buracos, o grupo consegue melhorar seu
desempenho em 26%, de acordo com o estudo, que será publicado na edição de
junho da publicação britânica. O exército de formigas-correição provoca pânico, mas é visível como o ponto fraco é bem mais acentuado do que qualquuer coisa: podem ficar aprisionadas em um círculo da morte feito por elas mesmas.
As formigas são praticamente cegas e toda comunicação e controle de onde vêm e para onde vão é feita a partir de substâncias químicas chamadas feromônio que indicam o caminho que devem seguir. Assim que uma correição inicia a caça, as primeiras formigas vão deixando uma trilha de feromônio que leva à comida. Depois um grupo de milhares de operárias seguem o caminho perfumado e quando o alimento acaba, elas deixam de mandar os sinais químicos e o cheiro desaparece.
É comum acontecer de algumas formigas ficarem perdidas no processo e quando isso acontece elas farejam com suas antenas a trilha de feromônio que é seguida por todas. Nessa busca, elas podem acabar encontrando o próprio rastro e assim ficar andando em círculos até completa exaustão e morte. Isso acontece com maior frequência em áreas abertas, onde o feromônio dissipa mais rapidamente. E elas ficam ali, rodando, rodando, rodando no círculo da morte e uma vez dentro do círculo nunca mais são capazes de sair e morrem de cansaço. Animal Behaviour.
Qualquer semelhança é mera
coincidência.
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Círculo da morte |
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