28/04/2015

BRASILEIRO CONDENADO POR TRÁFICO DE DROGAS É EXECUTADO NA INDONÉSIA


O brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42, foi executado por fuzilamento no início da madrugada desta quarta-feira (29) na Indonésia –início da tarde de terça (28), no fuso do Brasil. A execução ocorreu na ilha de Nusakambangan, no interior indonésio.
Ele foi o segundo brasileiro a receber a pena capital no exterior em tempos de paz. Em janeiro deste ano, Marco Archer Cardoso Moreira, 53, também foi executado no país asiático.
O encarregado de negócios da Embaixada do Brasil em Jacarta, Leonardo Monteiro, que acompanhou o fuzilamento na ilha ao lado da prima de Gularte, Angelita Muxfeldt, disse que uma série de disparos ocorreu por volta da 0h30 (horário local).


Logo após o fuzilamento, a defesa do brasileiro afirmou que a Indonésia nunca será capaz de redimir sua falha com relação aos direitos humanos e às pessoas com doenças mentais. O governo brasileiro definiu a execução de Gularte como um "fato grave" na relação entre Brasil e Indonésia.
O corpo de Rodrigo será reconhecido por Monteiro e sairá direto da ilha em um comboio com Leonardo e Angelita rumo a Jacarta, onde ficará em um hospital para iniciar os preparativos para envio ao Brasil.
Angelita e Monteiro chegaram ao local pouco mais de seis horas antes. Os dois, assim como outros diplomatas e familiares, foram mantidos a cerca de um quilômetro do local de fuzilamento, em uma área de onde é possível, no máximo, ouvir o barulho dos disparos, sem ver a cena. A jornalistas, Angelita disse, mais cedo, que ele estava calmo e ainda não acreditava que seria morto.
O brasileiro pediu à família para ser enterrado no Brasil. O pedido foi feito nesta segunda (27) à prima e fez a família mudar os planos. Até esta segunda, a ideia era cremá-lo na Indonésia e levar as cinzas para Curitiba (PR), onde o brasileiro nasceu. Dada a burocracia, o envio do corpo pode levar algumas semanas.
O governo brasileiro protestou, na véspera da execução, mencionando o fato de Gularte ter esquizofrenia constatada por dois laudos médicos, e ter sido morto mesmo assim. A Procuradoria-Geral da Indonésia, que leva adiante as execuções, chegou a examinar o brasileiro, mas o resultado nunca foi divulgado. A argumentação da Indonésia era que o fato de ser doente não impedia a aplicação da pena capital.

Além do brasileiro, foram executados um indonésio, dois cidadãos da Austrália, três da Nigéria e um de Gana. Uma filipina, que também estava na lista de execuções, foi poupada.

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